Atreve-te a viver...

"a corneta da realidade, diz-nos que a infância e a adolescência já ficaram longe, e que é preciso sair do doce sonho e entrar na guerra do viver.
Como? Por onde? Deixando de fazer perguntas e começar a viver de cara levantada e com valentia. Não perguntar "sei amar?", mas começando a amar, abrir-se aos outros, ajudar alguém, sacrificar-se por alguém. E não fugir dos outros. Julgo que esse muro ou não existe porque é imaginário, ou se realmente existir, temos duas pernas para o saltar. Errar todas as vezes que for necessário, é melhor do que enregelar por medo do sofrimento e de acção. Começar por fazer bem o que temos a fazer. Sobrecarregarmo-nos de tarefas, se for necessário. Mas nunca se encerrar no sonho, não fabricar o mito da irrealidade em que nos deitamos e repousamos como em berço.
Quer dizer: sair do êxtase, atirar-me à água, atrever-se a viver. Será duro, mas é o mais bonito e melhor que podemos fazer"